A segurança social, recentemente reformada num “pacote Sócrates”, parece estar de bicas abertas à saída de dinheiros dos contribuintes, que dizem de públicos, forçando um deficit entre as receitas, de um país cuja população activa difere cada vez mais da empregada, e as despesas que infinitamente parecem somar-se por coisas estranhas ao país, ao nosso povo, e ao Governo. Se não bastava já a crise económica de esfera global, que popularizou os “Lay-Off´s”, espera-nos agora a Gripe A (“A” para assustar como quem diz ser a mais perigosa já que lhe deram a primeira letra do alfabeto) que oportunamente até alivia a carga salarial das empresas em caso de Quarentena dos funcionários. Com a substituição de alguns dos deveres das empresas pela missão de sustentabilidade social e económica do Estado, inerentes a ambos os casos, parece-me muito difícil repensar a sustentabilidade do país na perspectiva de protecção das gerações futuras. Sendo óbvios os impactos imediatos que se adivinham da Gripe, desde tratamentos até ao absentismo laboral com reflexos no PIB, vem ainda o Governo garantir 65% dos salários aos trabalhadores afectados, reassumindo o baluarte do socialismo. Admirando uma postura de escolha pelo social entre este e as contas públicas, julgo urgente um debate sobre esta preocupante desresponsabilização e aproveitamento das empresas numa situação adversa como a que se denota hoje. Esquecendo o político, Francisco Louça, Economista de formação, chamou precisamente a debate uma questão importante: se há carga contributiva do trabalhador para a segurança social não deverão também os lucros suportar, equitativamente, parte dessa carga? Há já em acção medidas de redução do IRC para este ano e taxas especiais para os encargos sociais (mensais) das empresas sobre os trabalhadores, e ainda assim em caso de contingência as empresas chamam a si o “Estado Providência” repetidamente. Bem sei que a carga fiscal sobre as empresas pode ser penalizadora para a economia mas não é injectando confiança às empresas (que não respondem com criação de empregos como se pedia) e despejando dinheiros dos contribuintes desmedidamente, que a economia garante a sua retoma. Por agora a condescendência dos BCE em relação ao deficit, e a reforma bem conseguida da segurança social deverão ser capazes de dar uma resposta positiva à crise. Num futuro próximo, com menos dinheiros e num “plano de contingência”, os mecanismos de acção social poderão entrar colapso e nessa altura esperemos ver as grandes empresas com lucros a multiplicarem-se por 2 ou por