Segunda-feira, 08 de Junho de 2009

 

RESULTADOS E ETCs NACIONAIS

 

 

Na ressaca das eleições Europeias e dos seus (apesar de tudo) inesperados resultados é importante que as pessoas comecem a tirar a suas próprias elações esquecendo o lado populista dos resultados. Há que perceber que o crescimento do Bloco de Esquerda e o grande fraccionamento dos votos do eleitorado poderão não constituir o tal marco positivo de mudança e de inflexão politica, tanto mais da forma como foram obtidos.

 

Apesar de revestido de carácter Europeu, ouvi, em todos os discursos de todos os partidos, uma alusão a um ponto bastante positivo de viragem nacional e, por parte do PSD, sinal claro de que este partido está em crescendo e aspira portanto à vitória nas eleições legislativas. Admitindo esta hipótese, que sinceramente não prevejo, devemos nós encarar estes resultados como fonte de esperança nacional para o futuro dos próximos quatro anos? Vejam que o PSD obteve cerca de 34% dos votos. Observando os resultados e extrapolando-os para as legislativas (o que considero erróneo) percebemos que a maioria absoluta, que me parece tão importante no contexto actual, está muito longe para qualquer dos partidos. Maior problema, e mais importante, advém da abstenção que houve nestas eleições. Ora, se houve 64% de abstenção apenas 36% dos Portugueses foram votar. Destes, 34% votaram PSD, 26% PS!!! Com cálculos muito simples, vemos que na realidade somente 12,24% dos portugueses votaram PSD e 9,36% PS! Parece-vos que isto é um sinal de esperança? Se há quem creia que uma maioria absoluta seja uma moderna ditadura com cedências pontuais então esta maioria relativa soar-lhes-ão a quê? A mim vem-me, muito rapidamente, a ideia de anarquia politica de estilo moderno. E para isso contém, aí sim, com um BE e com uma CDU de força que ultrapassam já a barreira psicológica dos 20% de votação. Se isto é uma vitória para o país…começo a ganhar grandes receios.

 

No plano concreto das eleições Europeias há ainda uma ideia que deve ser retirada destes resultados. Parece-me por demais evidente que não foi o PSD que ganhou…Fazendo toda a diferença, fora o PS que perdeu. Dito assim talvez não se perceba mas se olharmos para a pequeníssima evolução do PSD face às ultimas eleições vemos que este não deverá ter motivos de grandes contentamentos porque, havendo lugar a festejos, tê-los-ão os pequenos partidos de oposição que se mostraram de grandes resultados, ou mesmo o partido dos males menores para os grandes: O partido da Abstenção. Com isto não quero afastar o mérito do Dr. Paulo Rangel que, politicamente, é das mais altas vozes que põe o PS a patinar. Creio no entanto que as asneiradas a que o Professor Vital tantas vezes recorreu e a sua péssima forma de fazer politica justificam melhor os resultados.

 

Um último apontamento àquilo que me parece ser um contra-senso político-económico. Com os resultados das eleições a maioria dos assentos parlamentares da EU será ocupada por democratas de ideologias de direita, os mesmo que defendiam um sistema macroeconómico ultraliberal, responsável pela crise internacional actual.

 

publicado por Fábio Duarte às 19:24

Quinta-feira, 04 de Junho de 2009

Como que habituados a alucinantes passeios por tão dissemelhantes contextos começamos a ter a infeliz sensação de que tudo tem o seu tempo, misturando quaisquer coisas num amontoado de diferentes raízes, de apropriadas origens e seus âmbitos. Se a nossa história é cronológica, haverá, contudo, aspectos que, por intangibilidade, não o deverão ser…Os sorrisos com que premia-mos quem connosco chorara; as alucinações de grupo capazes de fazer esquecer tudo o que não é merecido de grandiosas preocupações; aqueles arrepios de quem tem a seu lado aquela pessoa…a certa, a do momento!!!

 

Por tais efeitos caímos nós Homens na decadência de coleccionar momentos, calendarizando-os como que só a tais períodos dissessem respeito. E com isso sorriremos, sempre, penalizados em nostálgicos pretextos que responsabilizam qualquer coisa que fique para trás. Se o que somos, somo-lo por soma do que fomos, porquê teimar em induzir amnésicos ensejos? Decadentes relativismos para os quais tanto tendemos…comportamentos que de imperecíveis conhecem apenas (aleatória) adjectivação.  

 

publicado por Fábio Duarte às 00:06

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