Domingo, 29 de Março de 2009

Quisera não mais seguir-te,

Escolhera jamais sentir-te,

Propondo fazer-te frente

Conquanto sofredor que não mente.

 

Desgarrei pactos parceiros

Outorgados por sentidos terceiros,

E dei peito aberto às chumbadas,

E a indeclináveis chapadas

De armas e mão minha

Que se deram a vigorosa vizinha.

 

Dor de alma enclausurada,

Vontade inimiga imortalizada,

Quereres de ideias indevidas

Com peso em fim de plurais vidas.

 

Deixo-vos recordando o sorriso,

Comprometendo-me no improviso

De quem sente saudades

Em referências às suas deidades.

 

Despeço-me do que não sinto,

E acreditai porque não vos minto,

Em soltas frases de sentidos vagos

Que vos falam de instantes agora pagos.

sinto-me: De contas feitas...
publicado por Fábio Duarte às 18:10

Sábado, 14 de Março de 2009

Popularizado o momento de depressão económica mundial temos hoje a garantia de que por muitas e largas gerações se há-de estudar e discutir academicamente estes incríveis anos que se conjecturam. Não hajam dúvidas, residuais que sejam, quanto à análise desta crise em qualquer disciplina de história económica das sociedades que por aí se debate. Tal como me lembro de me debruçar sobre a queda do comunismo soviético, outros terão a queda de um capitalismo ultraliberal, cujo maior estado de pureza se conheceu no outro extremo geopolítico – EUA – como exemplo académico. Depois de admitidos erros na que considero ser a construção axiomática do capitalismo, caminhamos a passos largos para uma inevitabilidade Governativa Mundial que terá de passar pela re-educação dos Estados e das suas gentes. Analisando o estado do nosso país, reflexo do Mundo, parece-me que as nossas gentes já começaram a cair na “real”. Pensávamos todos, erradamente, que era apenas mais uma crise a somar a tantas outras e que, por isso, as dificuldades económicas não eram novidade alguma para nós. Acordados de um coma induzido pelos sucessivos “apertar de cinto” hoje, pelo contrário, já ninguém hesita em crer que esta não é uma qualquer crise. Esta é uma Crise Pedagógica importante para um futuro de ilações e aprendizagens, do género das que se podem fazer com uma nota final de 9,4valores dada por um professor a um “Chico-esperto” que passava sistematicamente à custa do colega do lado.

 

Vou repetir: esta é uma Crise Pedagógica. Não vos parece? Não é uma crise de mera teimosia ou premeditada como as notas que os professores por vezes dão, mas não deixa de nos fazer reflectir seriamente sobre a forma como temos vivido. Esta imensa depressão económica, que afectou o Mundo, fez-nos finalmente perceber que viver, cronicamente, cada mês com um orçamento reforçado por capitais alheios (BANCOS) iludia tudo e todos com excepção ao funcionamento macroeconómico que, crenças à parte, cavou um enorme desequilíbrio orçamental global. Teoricamente impensável, o capitalismo liberal entrou em colapso com os acessos tão facilitados ao crédito que, por conseguinte, demonstrou não ser a melhor forma de incentivo ao investimento e ao crescimento sustentado. Agora, com alguma aprendizagem, o maior rigor na concessão de crédito à habitação, por exemplo, veio relançar aquela que me parece ser uma boa solução para os problemas do sector imobiliário – incentivos ao mercado arrendatário. Mais que isso, li há bem pouco tempo que se quer limitar as taxas de juro sobre o crédito ao consumo (e a forma como é feito)…Digam-me lá se afinal esta é ou não uma crise inevitavelmente necessária e pedagógica? Depois dos alertas envergonhados da DECO sobre o assunto, que até tinha de se colocar em bicos de pé para se fazer ouvir, agora é o Banco de Portugal a chamar a atenção para o problema. Fulcral e imperativo tornou-se, por conseguinte, o alerta às famílias para a realidade de um país cujos índices de endividamento privado ultrapassa largamente o enorme endividamento do Estado. Após a queda das economias verdadeiramente comunistas, é obvio que o fim do capitalismo está aí e mais uma vez podemos aprender e melhorar a mecânica de funcionamento económico que, em resultado da Globalização, expõe os todos os mercados nacionais a crises desta magnitude. Uma nova cultura económica terá de ser construída depois de dois exemplos extremos que resultaram em retrocessos pontuais. O problema de raiz bancária terá de passar, quanto a mim, por uma gestão pública parcial mas com um horizonte temporal restrito de forma a retomar metodologias e processos rigorosos de garantia de sucesso que relancem uma nova era de equilíbrio entre o público e o privado. Com isto percebemos que devemos desconfiar do funcionamento do mercado segundo regras de equilíbrio natural ou, por outro lado, de forçado equilíbrio por desmedida intervenção dos Estados. Procuremos o melhor meio termo…nos próximos longos anos!

 

 

publicado por Fábio Duarte às 21:46

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