Em véspera de, muito provavelmente, o juro da dívida soberana atingir os 7% (vi agora que está nos 6,9% máximo histórico) com a emissão de divida marcada para amanha decidi deixar aqui apenas um pequeno e breve desabafo. Amanhã de manha voltará a obsessão pela entrada FMI em Portugal. E com alguma razão, julgo! Mas não é tudo no que diz respeito a obsessões e preocupações, pelos menos minhas.
Preocupam-me igualmente as amizades que este país tem andado a fazer. Portugal tem-se tornado pródigo em brilhantes parcerias geopoliticas que, no futuro, nos tornarão num centro geoestratégico. Digo isto no pior dos sentidos. Sendo directo: amizades profundas e paixões assolapadas com a Venezuela têm servido, por agora, para vender Magalhães e Navios que outros não quiseram. Amizades com o Gigante Chinês servem para aliviar um problema da venda de divida soberana, por agora. Não obstante tem por contrapartida a participação no capital em dois dos maiores grupos portugueses com uma história pública: EDP e PT. Talvez nem a banca se safe. Com isto, de futuro, não se deve negar o perigo da fuga de capitais inerentes à participação nos resultados de empresas estrangeiras. Em termos simples é assinar um contrato de expedição contínua de lucros para a China.
Há outras contrapartidas invisíveis por detrás destas amizades que friso a título de exemplo. Na Venezuela servirão para aumentar o ego e o poder político de um líder de uma pseudo-democracia onde cabem muitos portugueses insatisfeitos. No caso da China esta amizade deverá pagar votos em órgãos políticos internacionais a favor do cada vez maior gigante asiático.
Preocupem-se também com isto!!!!